Raros são os pais que nunca enfrentaram crises de choro de bebês pequenos. E quem já enfrentou mais de uma sabe o quão difícil pode ser enfrentá-la. Somos programados para agir, fazer algo para acalmá-los, mas muitas vezes nada parece funcionar e a vovó logo diz, é cólica!!
Nessas horas imagine se pudessemos dar beijinho, apertar o botão de desligar e ter de volta aquele bebê calminho. Segundo o pediatra americano Harvey Karp, os bebês novinhos possuem esse "botão"! Ele batizou de "calming reflex" o termo em inglês significa reflexo calmante. Em seu livro e DVD traduzido para o português como "O bebê mais feliz do pedaço" ele ensina como ativar o reflexo.
Já há algum tempo quero escrever sobre esse livro lindo. Me foi recomendado por minha amiga Ana Carolina, que morou em Nova York (onde todos conhecem o livro), quando eu estava totalmente exausta com a Sandra bebezinha que tinha crises de choro. Infelizmente ou melhor felizmente, quando o livro chegou ela já estava com quase três meses e já estava dormindo a noite inteira. Li algumas coisas, não pude por nada em prática e guardei para o próximo bebê.
Se você está grávida ou tem um bebê com menos de três meses eu super recomendo que leia o livro ou pelo menos assista ao DVD. As dicas são muito úteis e me ajudaram muito a ter um bebê calmo e tranquilo. O autor estuda os bebês que sofrem de cólica desde a década de 80 e aborda com muita propriedade dicas para acalmar os bebês que choram muito.
Nessa hora você já deve estar se perguntando o que é o
reflexo calmante? É um dos
reflexos que os bebês dentro da barriga e recém nascidos tem e que quando ativado os ajuda a acalmar e adormecer.
Segundo o autor, se os bebês não tivessem diversos reflexos para se manterem calmos dentro do útero a gestação não chegaria ao fim. Defende a teoria de que os humanos, por causa de seu grande cérebro, nascem antes do tempo, e que nos primeiros três meses os bebês estão mais para fetos do que para bebês e portanto são tão facilmente acalmados quando imitamos as características do útero. É o que, no Brasil, foi denominado teoria da exterogestação. O autor diz que o bebê precisaria de mais três meses dentro da barriga da mãe o que no livro ele se refere como 'quarto trimestre' ou o 'trimestre que falta' (nos países de língua inglesa eles dividem os 9 meses de gestação em 3 trimestres). Considera importante que o bebê tenha uma transição suave de feto na barriga da mamãe para bebê e por isso slings e camas compartilhadas acalmam os bebês.
Harvey Karp vai mais além, diz que muitos dos choros que pensamos ser cólica, são na verdade, saudades de casa, leia-se útero pois é onde o bebê morava. A ausência dessas características que tanto acalmam os bebês os faz chorar.
E como é lá dentro? Quais as características que encontramos na barriga da mamãe?
1- Barulho - O fluxo sanguíneo nas veias, o coração batendo, os intestinos funcionando, a voz da mãe, das pessoas em volta, as músicas etc. Uma constante sinfonia.
Pesquisadores colocaram um microfones dentro do útero de mães em trabalho de parto e constataram que o volume é bem alto, mais alto que um aspirador de pó, cerca de 80 decibéis.
2- Movimento constante- Mesmo quando a mãe dorme, ela se mexe, respira, se vira e com isso o bebezinho lá dentro também.
3- Contato - O líquido aminiótico, a placenta, o útero. Dentro da barriga o bebê é constantemente massageado e tocado.
4- Apertado- Por isso o bebê fica na famosa posição fetal e facilmente consegue chupar o dedo como vemos em muitos ultrassons.
Agora você deve estar pensando o que essas características tem a ver com o
reflexo calmante. Tudo a ver! Segundo o médico é imitando as condições do útero que acessamos o tão sonhado botão de desliga. Ele ensina como ativar o
reflexo calmante.
Como bom americano ele denominou "5 's'". São eles:
Shhhh - É aquele barulho que fazemos com a boca do tipo pedir silêncio. No
método encantantadora de bebês é citado e ajuda os bebê a se sentirem em casa. Para funcionar bem tem que ser feito tão alto quanto o choro e perto do ouvidinho do bebê. Isso porque sabe aqueles 80 decibéis lá de cima? Os recém nascido não ouvem assim tão alto, eles tem fluido nos ouvidos e ainda não ouvem o som como nós.
Swinging (balançando) - É instintivo, não é? Mesmo sem perceber as mãe balançam os bebês assim que começam a chorar. A dica aqui é mantenha o ritmo e balance com vigor, como num balanço de bebê ou como no filme. Veja abaixo.
Swaddling (embrulhado) - Lá na barriga da mamãe é bem apertado, dessa maneira o bebê recebe "abraço" constante que contém seus movimentos bruscos e os acalenta. Embrulhar no cueiro imita essa sensação. Além disso os impede de se distrair com os braços e pernas descontrolados e possa prestar atenção no Shhh e no balanço. Para que seja eficiente, o bebê deve ser embrulhado bem apertado, como na maternidade para que não consiga liberar os bracinhos.
Side/ Stomach (lado/ barriga) - Estando apertadinhos e em posição fetal, a barriga do bebê nunca fica descoberta e desprotegida. Virá-los de bruços ou de lado pode ajuda a acalmá-los. * Como a maneira mais segura de se por os bebês para dormir é de
barriga pra cima, vire-o após adormecer pois reduz o risco de
SMSI.
Sucking (sucção) - Na barriga os bebês conseguem chupar o dedo, fora, não. Mas sugar ao seio será uma das melhores maneiras de os acalmarem. Em culturas primitivas os bebês são carregados em slings e mamãm centenas de vezes por dia, já na nossa sociedade isso não é possível, mas o uso da chupeta pode ser de grande valia. Ele sugere que a chupeta seja usada no máximo até o sexto mês.
Obs. Muito importante!!! Cuidado especial para não superaquecer o bebê. Prefira um algodão fininho como pano de fralda para usar de cueiro se estiver calor ou se for usar um tecido mais grosso deixe o bebê apenas de fralda.
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